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Das figuras da Lua - Olimpiodoro

  • Foto do escritor: Mauricio Rezende
    Mauricio Rezende
  • 19 de mai.
  • 4 min de leitura

O seguinte texto é atribuído a Olimpiodoro, o Jovem, de Alexandria no século VI d.C. É posterior ao texto de Paulo de Alexandria sobre o mesmo assunto publicado em seu famoso Elementa Apotelesmatica (Eisagogika), no século IV e serve como uma releitura e maior aprofundamento sobre as fases da lua, o que as define tecnicamente e seus nomes em grego e latim. A tradução para o português foi feita a partir da versão italiana publicada por Giuseppe Bezza em Paolo Alessandrino: Trattato di astrologia (2001), baseada na edição de E. Boer (1955). Mantivemos os termos em em grego, latim e italiano italiano com sugestão de tradução para o português entre parênteses. Segue o texto.


Das figuras da Lua

"As figuras da Lua, que são chamadas fases, são as seguintes". Após as estações e fases que os cinco astros realizam em relação ao Sol — ou seja, Saturno, Júpiter, Marte, Vênus e Mercúrio, resta apenas a Lua —, tratemos também da ratio configuratoria (schêmatographia, esquematografia) e das fases que a Lua realiza em relação ao Sol. A Lua, de fato, realiza mais fases que os outros astros em relação ao Sol: são dez, mas alguns acrescentam uma décima primeira.


Destas, a primeira é chamada synodos (reunião), pois a Lua está no mesmo signo em que está o Sol, não apenas no mesmo signo, mas também no mesmo grau. Quando a Lua acompanha o Sol, está ligada a ele, motivo pelo qual os astrólogos chamam essa fase de nó ou "vínculo sinódico". Ao superar o Sol em apenas um grau no mesmo signo, essa fase é chamada nascita (nascimento), pois sai do ventre do Sol e, como um embrião, move-se do mundo invisível ao visível. (1) Chama-se nascita até que a Lua diste 15 graus do Sol. Quando ultrapassa 15 graus, a fase recebe o nome de sorgere (surgimento): começa então, a 15 graus do Sol, a aparecer à nossa visão. Quando está a 60 graus do Sol e forma com ele uma figura hexagonal, é chamada de falcata (em forma de foice) (2). Assim é nomeada por retomar, ainda esboçada, a forma de seu disco. Posteriormente, quando está a 90 graus do Sol e configura-se em quadratura, é chamada mezzaluna, dichotomos (meia-lua, dicotômica), metade de seu disco aparecendo iluminada e a outra escura. Isso ocorre quando a Lua está entre a figura sinódica e a panselênica, ou seja, diametral. Após a quadratura, chega ao trígono do Sol, a 120 graus, e realiza a fase ambicurva (curva dos dois lados), pois a Lua curva-se e enche-se em ambos os lados. Após o trigono, a Lua alcança o diâmetro com o Sol, distando 180 graus, ou seja, sete signos. Essa fase é chamada de nodo (nó) ou "vínculo plenilúnico". Quando ultrapassa o plenilúnio em 15 graus, é chamada repulsione (repulsão), pois sua luz, na parte frontal voltada ao Sol, começa a diminuir. Ao afastar-se 60 graus do vínculo plenilúnico e formar novo trigono com o Sol, ocorre a segunda fase ambicurva. Aqui, a Lua torna-se gibosa (corcunda, convexa) e forma trígono com o Sol, distando 120 graus, como no primeiro lado. Após o vínculo plenilúnico, a Lua passa para o segundo lado e retoma as mesmas figuras.


Ao dirigir-se para o Sol, forma quadratura quando dista 90 graus dele, sendo a mezzaluna seconda (segunda meia-lua), intermediária entre os vínculos panselênicos (cheios) e novilúnicos (de lua nova). Aproximando-se ainda mais do Sol e movendo-se para a synodos (reunião), torna-se falcata seconda (segunda foice) quando dista 60 graus e forma hexágono. Então, retorna à synodos. Estas são as dez figuras, chamadas fases, que a Lua forma em relação ao Sol:


  1. synodos / coitus / novilunio

(reunião / coito / lua nova)


  1. ghenna / partus / nascita

(ressurreição / parto / nascimento)


  1. anatolê / ortus / sorgere

(oriental / origem / surgimento)


  1. mênoeidês prôtê / corniculata prima / prima falce

(primeira forma de lua / primeiro chifre / primeira foice)


  1. dichotomos prôtê / dimidiata prima / primo quarto

(primeira dividida / primeira metade / primeiro quarto)


  1. amphikyrtos prôtê / protumida prima / prima gibbosa

(primeira bi-curva / primeira protuberante / primeira corcunda)


  1. panselênos / plena luna / plenilunio

(lua toda / lua cheia / plenilúnio)


  1. amphikyrtos deutera / protumida altera / seconda gibbosa

(segunda bi-curva / outra protuberante / segunda corcunda)


  1. dichotomos deutera / dimidiata altera / secondo quarto

(segunda dividida / outra metade / segundo quarto)


  1. mênoeidês deutera / corniculata altera / ultima falce

(segunda  forma de lua / outro chifre / última foice)


Alguns acrescentam outra fase, chamada plêsiselênos (quase cheia). O que é isso? A Lua é chamada plêsiselênos após formar o trigono com o Sol e antes de estar no sétimo signo dele, ainda não cheia nem gibosa. Do mesmo modo, após o plenilúnio e antes da segunda Lua gibosa, adiciona-se o plêsilselênos apokroustikos (quase cheia se afastando), quando a Lua dirige-se ao Sol e começa a diminuir sua luz. Esta é a exposição da presente leitura: "As figuras da Lua, que são chamadas fases, são as seguintes".


Notas:

(1) Em outros manuscritos (marcados por E. Boer com a sigla ): "então avança passo a passo até distar 15 graus do Sol. Esta fase é chamada nascita, pois a Lua escapou dos raios do Sol como um embrião que se move do invisível ao visível".

(2) mênoeidês: lunada, em forma de mên (Lua).


 
 
 

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